ALAGAMENTO NO PLANO PILOTO - DF
Morar no Plano Piloto no Distrito Federal
(DF) tem seus benefícios, além de ser uma cidade bonita. Como toda cidade do DF
existem problemas com lixo nas ruas, acessibilidade e mobilidade e ocupação
rápida - muitas vezes irregular – do solo. Problemas que tornam-se mais perceptíveis
no período chuvoso; são minutos para uma tarde ensolarada “virar” tempestuosa,
trazendo o fantasma dos alagamentos que assombra os brasilienses.

O plano de mitigação do alagamento em
cidades é – ou deveria ser - uma ação participativa, ou seja, construído no
âmbito coletivo por meio da educação e consciência ambiental das pessoas bem
como da execução orçamentária de projetos apropriados criados por órgãos
públicos (com ou sem a parceria privada), além da questão regulatória e de
fiscalização.
Mas todo plano precisa ter embasamento
teórico criado por meio de ferramentas diversas. Dentre as ferramentas os
Sistemas de Informações Geográficas (conjunto de hardware,
software, informações espaciais,
procedimentos computacionais e recursos humanos), e suas infinitas
utilizações podem auxiliar no gerenciamento das ações a serem executadas, bem
como na otimização do recursos financeiros destinados à solução de um problema
bem como o que se priorizar.
A exemplo, e de forma simples, podemos
ver como um Sistema de Informação Geográfica auxiliaria na identificação de problemas para posterior mitigação dos alagamentos no Plano Piloto do DF. “Construindo” uma mapa de uso do solo
por meio da classificação de imagens de satélite é possível, conhecer áreas
de baixa permeabilidade do solo. Sobrepondo tal mapa ao mapa altitudes cria-se, por reclassificação, portanto,
um mapa expressivo do potencial de sobrecarga das redes de drenagem artificiais
das águas da chuva.

O referido potencial “alto” está associado às menores cotas do terreno, ou seja, locais de tendência de acúmulo da água da chuva e à impermeabilização do solo. Associando o referido mapa com
outro contendo redes de drenagem natural – onde a água tenderia a escoar - e
microbacias nota-se, que as regiões no Plano Piloto com provável maior sobrecarga dos sistemas de drenagem referidos são a Asa Norte e a “Cabeça do
Avião” (expressão familiarizada pelos brasilienses). Assim, se as redes artificiais de coleta de água pluvial forem insuficientes em extensão e qualidade
(aspectos estruturais, dimensionais e do material utilizado na construção),
estiverem obstruídas e/ou não existirem em certos trechos no local provavelmente,
haverá alagamentos.
São muitos os artigos em jornais que
relatam alagamentos na Asa Norte, atribuindo alguns deles o problema, ao lixo
ambiental e a insuficiência das linhas artificiais em escoar águas pluviais que
caem sobre as microbaciais hidrográficas lá existentes, fazendo com que a água
escoe pela superfície do terreno.
Nesse caso, prático o trabalho com uso de
Sistemas de Informação Geográfica proporcionaria às autoridades competentes –
mas é óbvio que haveriam outras coisas mais a serem detalhadas no projeto
técnico – criar estratégias para evitar os alagamentos na Asa Norte, o que não
quer dizer que as demais localidades não deveriam entrar no “pacote” mas,
saber-se-ia o que priorizar.
por
Raphael Cessa
Eng. Agrônomo e Professor do IFB - Campus Planaltina
Um dos fatores que contribui para os alagamentos no Plano piloto é o crescimento populacional desordenado.
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